Os Pankararú se encontram localizados

Os Pankararú se encontram localizados no Sertão de Pernambuco, no Submédio São Francisco, situados entre os municípios de Tacaratu, Petrolândia e Jatobá. Possui uma área de 14.292 há, aproximadamente, com apenas 8.100 homologadas e reconhecidas.

Atualmente são estimadas numa população de 8 mil índios, distribuídos em 14 aldeias. São elas: Brejo dos Padres, Saco dos Barros, Barriguda, Logradouro, Serrinha, Barrocão, Espinheiro, Agreste, Tapera, Carrapateira, Caldeirão, Caxiado, Bem-Querer de Baixo e Bem-Querer de Cima. As quatro últimas citadas se encontram com maior concentração de posseiros, por não optarem pela desativação das terras ocupadas, no período em que o Governo Federal liberou o recurso para a indenização dos bens produzidos.

A LUTA PELA RETOMADA DAS TERRAS

Um dos maiores interesses do povo Pankararu pela posse das terras se deu devido à infertilidade e aos acidentes geográficos provocados no território por eles ocupado.

A base de subsistência dos Pankararu é a agricultura, ressaltando que as terras produtivas e férteis, que proporciona colheitas satisfatórias, são as ocupadas pelos posseiros.

Um outro motivo, é que sentimos nossa população crescer constantemente e, ao mesmo tempo, começamos a perder nossos parentes, tendo que se deslocar para os grandes centros urbanos a procura de trabalho para manter suas famílias, muitas vezes se descaracterizando da sua identidade, crenças, rituais, tradição, cultura, etc.

Para realizarmos o desejo de termos nosso território de volta, é preciso a união dos povos indígenas do Brasil, com o apoio das ONG (únicas que apóiam com fervor a luta dos povos indígenas), uma vez que não podemos levar em consideração as entidades ligadas ao Governo Federal, que fingem nos ajudar, mas na verdade a pretensão é de nos excluir mais ainda.

Sentimos uma carência muito grande, no que diz respeito à organização e mobilização dos povos indígenas, isto porque, o conhecimento dos direitos conquistados na Constituição Federal de 1988 não chegou ao alcance de todos.

EDUCAÇÃO: VEÍCULO DE INTERAÇÃO PARA OS PANKARARÚ.

A sociedade não-índia, ainda hoje, carrega uma idéia estereotipada em relação aos índios de todos os cantos do mundo.

Para nós Pankararu, é proposital desmistificar esse conceito de que índio é burro, em todos os sentidos. O fato de ser índios não nos impede de desenvolver em nós mesmos esta faculdade humana que carregamos sem perdermos a nossa identidade primordial de ser habitante desta terra.

E falando de EDUCAÇÃO, não é necessário que se esteja apenas em sala de aula, a escola serve para sistematizar o conhecimento que já temos. Como diz Paulo Freire: (Todo ser humano é leitor de sua realidade), e o índio antes de qualquer escola, tem o dever de conhecer sua própria história, para poder interagir com outros povos e compreender o hoje, que exige de nós conhecimentos, competências e habilidades, contribuindo assim no fortalecimento das lutas, direitos e conquistas dos povos indígenas do Brasil.

Quero aqui frisar a ONG THYDEWÁ, localizada em Salvador, representada pela pessoa de Sebastian Gerlic, pelo incentivo aos “povos indígenas” entre eles os Pankararu, pela adesão e aquisição do projeto indiosonline. Beneficiados por esse projeto, teremos a oportunidade de nos comunicarmos com o mundo, divulgando nossos anseios, desejos e insatisfaçisfaçciados por esse projeto, teremos a oportunidade de nos comunicarmos com o mundo, divulgando nossos anseios, desejos e insatisfações.
“A você Sabastian toda a proteção dos nossos encantados Pankararu”.
É isto, “educação é um enlaçamento com o mundo e com o mundo – Antonio Professor Pank.

SAÚDE PANKARARÚ: MUDANÇAS INESPERADAS

Discorrendo sobre a saúde dos índios Pankararú, e imprescindível rejeitar os exemplos abordados pelos nossos avos, bisavos e idosos.

Antigamente, qualquer recaída, relacionada a saúde de um índio, era de grande preocupação para outros, pois, a cura acontecia através de rituais sagrados, onde o medicamento era unicamente a base de ervas. A fé em nossos encantados era viva, forte e perseverante. Queixam-se hoje, que as doenças existentes e as que surgem, se devem ao contato com o não índio. Esse contato provocou parte da descrença do que existe da nossa religião.

Ao índio, e atribuído o direito perante o Governo Federal, a uma saúde “diferenciada”. Sabemos que o órgão responsável pela saúde do índio, FUNASA(fundação nacional de saúde), nunca teve e não terá preocupação nenhuma com a saúde indígena. O que aconteceu na verdade, e que a FUNASA criou uma cultura de geração de empregos, e continua gerando.

Vergonhosamente, não deve existir FUNAI, mesmo a saúde indígena saindo da sua responsabilidade, continua sendo falsamente, FUNDAÇÃO NACIONAL DO INDIO.

CULTURA/ TRADIÇÃO: RESISTÊNCIA E PERSISTÊNCIA DA NOSSA IDENTIDADE.

Fortalecidos com o que mais nos da orgulho de ser Pankararu, mantemos ate hoje, graças a Deus e aos nossos encantados, nossa cultura, crença e rituais.

Um dos rituais que atrai pessoas de toda a parte, é a festa do imbu, realizada no período de fevereiro a março, época da safra do imbu. São quatro finais de semanas de concentração e respeito para nosso povo.

Temos também a festa do Menino do Rancho que acontece eventualmente no decorrer do ano, com a dança dos praias e o toré.

Talvez,por conta dessas especificidades, os índios ainda sofrem refutações conseqüentes, contribuindo mais com a sua exclusão social.

Os índios precisam acreditar na expectativa de mudança, e isso, só acontecerá quando unidos, tiverem atividades e ações.

O projeto índiosonline, é um pai, pois atribuiu os índios a tomarem coragem para suas atitudes e praticar essa habilidade, com pensamento positivo para reversão desse quadro.

Da Chica e Gaudêncio Júnior – Pankararú