O beju é um dos alimentos tradicionais, assim como o pão e o vinho, mais importante na mesa dos Pankararu, durante a semana santa.
É produzido a partir da mandioca, que ao ser descascada, relada, espremida e depois assada, transforma-se em farinha, da massa que é espremida retira-se um caldo, que ao ser decantado, resulta-se em um amido chamado de goma, que servira para preparar a tapioquinha e os bejus. Essa goma ou tapioca, é misturada com coco ou licurí, é enrolada numa palha verde de bananeira e colocada num forno grande de barro da casa de farinha, para ser assado e assim termos o beju de licurí ou de coco.
Com a cultura do plantil da mandioca, purnunça, brasileirinha ou garranchinho nos agrestes Pankararu, por ser lugar ideal, por serem terrenos férteis, vem a limpa de três a quatro vezes, durante o ano, quando assim estará preparada para ser arrancada, sendo colocada nos cassuás e tranportadas nos jegues, até a casa de farinha mais próxima.
Muitas crianças reunidas com suas famílias Pankararu participam desse serviço não só nesse período da semana santa, mais muitas outras vezes, além de servir como forma cultura para essas crianças.
Ao acompanha tudo isso aproveitei para lês fazer algumas perguntas. Perguntei o que eles faziam enquanto esperavam a sua vez de para asar os seus bejus? E por que era aquele dia o dia de fazer os bejus.
Eles responderam: “para se distrai mais e para não ficar cochilando, eles ficam conversando, sobre historias de trancoso, como o Lobisomem, por exemplo, e sobre as notícias das tradições e outras culturas Pankararu, a semana santa é o dia principal, é o dia certo de fazer beju, depois dos bejus prontos, as famílias Pankararu se juntam a mesa na sexta-feira santa e cada um come à-vontade”.

Entrevista cedida por Ricardo Ângelo, e Juraci Silva.

Jailton Miguel