Atualmente eu, Rodrigo Diego moro na capital do meu Estado de Roraima, localizado ao norte, a margem direita do Rio Branco. Vim para a capital Boa vista assim que terminei o Ensino Médio, pois tinha passado no Vestibular Indígena PSEI- Processo seletivo Específico para os Indígena, na UFRR- UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA, para o curso de licenciatura e Bacharelado em História.

A minha comunidade se chama Saõ jorge, localizada no município de pacaraima, aproximadamente 35 km da BR-174, a margem esquerda do Rio Surúmu, entre as serras do Banco, serra do mel e a serra  do Marári.

Rio Surumu
Foto: Rodrigo Diego

Serra do Marari
Foto: Rodrigo
serra do Mel
Foto: Rodrigo Diego Serra do mel
 SERRA DO BANCO
foto: Rodrigo Diego SERRA DO BANCO

É uma comunidade pequena com uma população de aproximadamente de 130 pessoas, já bastante desenvolvida no sentido de a maioria das pessoas serem civilizadas, prevalecendo a etnia makuxi . As casas são todas juntas, apenas duas afastada do centro.

Me criei junto aos meus avós, trabalhando de roça desde quando  me entendi como pessoa atuante na comunidade. A minha vida antes de entrar na UFRR, foi sempre trabalhando de roça, não era todos da comunidade que trabalhava de roça, era mais a minha familia, meu avô é bastante trabalhador e sempre nos chamou para trabalhar, mantinhamos sempre roça de mandioca, de milho de jerimu de banana em conjunto. Sempre estudei pela parte da tarde tanto no ensino médio quanto fundamental. A comunidade era sempre unida, tinha roças comunitária, e iamos todos juntos, era muito legal, sempre estávamos fazendo dijuntas para brocar roça, seunda feira era de uma familia terça de outro, era um cronograma elaborado na reunião e assi por diante acontecia.

Na roça do meu sempre tinha bastante frutas melancias, canas, milho, e bastante maniva para fazer farinha que é o principal na mesa dos makuxis, é a unica coisa que não pode faltar. E para que as manivas crescessem rapido tinha que ir para roça quase todos os dias, e quando  chegava o dia de fazer farinha todos da familia iam para roça arrancar mandioca onde tem todo um trabalho, carregar para beira do rio, atravessar para o outro lado do rio e carregar para casa para raspar, lavar, selvar, expremer e torrar que é o mais  dificil.

Aos domingos tinha  culto religioso, esse era meu dia-dia antes de entrar na UFRR.