RELATORIO DO 3º ENCONTRO DOS INDIOS ON-LINE.

No domingo 24 de setembro, nós reunimos em Olivença – Tupinambá (Ilhéus –BA) para solidariamente junto ao povo da nação Tupinambá, marchar até o rio Cururupe, importante marco histórico por duas vezes: 1558/1572 O Massacre dos Nadadores, sete kilometros de corpos de índios mortos enfileirados na beira da praia, o mar vermelho de sangue…E a batalha do Caboclo Marcelino, líder tupinambá, que em 1937 lutou para impedir a construção duma ponte sobre o rio que daria facilidade para o “progresso” ainda roubar mais as terras dos índios.

Representando os Índios On-Line marcharam: Atiã, Xandão e Jailton Pankararu, Swyane e Mayra Xucuru-Kariri, Aira e Nhenety Kariri-Xocó, Marcelo e Yema Kiriri, Bal e Elenilson Tumbalalá, Maya, Yaranawy e Yonana Pataxo-Hahahae, Jaborandy e Curupaty Tupinambá, ao lado de mais de 700 índios Tupinambá que cantando seus PORANCIM partilharam num movimento político de cinco horas. No Cururupe, muitas lideranças utilizaram a palavra para apoiar a luta dos Tupinambá e a luta dos índios em geral: Akanawan Pataxó-Hahahae (Presidente do Conselho de Caciques do sul da Bahia), Nailton Muniz Pataxó

(Cacique Pataxó-Hahahae – Tupinambá), Caçula (Cacique Pataxó-Hahahae), Seu Alicio (Cacique Tupinambá), Babau (Cacique Tupinambá), Jamopoty – Valdelice (Cacique Tupinambá), Amotara, Claudo Magalhães, Val entre outras lideranças Tupinambá, Atiã Pankararu, Maya Pataxo-Hahahae e outros caciques Pataxós. Um grande número de índios decidiu que após marchar esses 7 km, seria necessário marchar mias 6 km até a sede da FUNAI em Ilhéus para continuar as reivindicações e assim o fizeram.

Segunda feira 25 de setembro, às 8 horas da manha, reunidos no Centro Cultural Tupinambá, sede do Ponto de Cultura Viva se iniciaram as atividades específicas da REDE com a abertura dos trabalhos através de cantos e danças indígenas dos sete povos ali representados. Cada um dos presentes se apresentou, alem dos índios primeiramente citados, outros parceiros da REDE estavam presentes: Delania Cavalcante do Insituto Telemar, Márcio Passos da Telemar, Calango da Agrofloresta, Hyata da Agroindústria, Menandro Ramos, Marta e Tasso da UFBA (www.faced.ufba.br), Viviane na produção e Ivana Cardoso (Potyra) e Sebastián Gerlic da THYDEWAS.

Após foi apresentada a programação do ENCONTRÃO e logo realizada a primeira dinâmica de Investigação Apreciativa (IA), onde em duplas os índios se entrevistaram para saber: 1)Qual foi o momento mais gostoso que você viveu com INDIOS ONLINE? 2)O que você mais gosta de fazer em relação a INDIOS ONLINE? 3) Qual foi, na tua opinião, a coisa mais importante que INDIOS ONLINE possibilitou para sua comunidade? 4) Qual foi, na tua opinião, a coisa mais importante que INDIOS ONLINE possibilitou para os índios em geral?

Às 10 horas da manha, Nhenety Kariri-Xocó, lançou o programa: ARCO DIGITAL, contando a historia da grande caçada e estabelecendo um paralelo entre a utilidade do Arco e Flecha com o Computador, introduzindo assim os objetivos do programa: qualificar índios para atirarem cada vez melhor suas flechas digitais. Nhenety: “Quando um projeto é aprovado, significa que a flecha caçou nosso alimento”.

Durante duas horas dialogamos com Calango ( calangofloresta@yahoo.com.br ) sobre Agrofloresta, seus quatro princípios básicos, os índios ilustraram a teoria com exemplos de suas próprias comunidades, pensando juntos a Agrofloresta como forma de sustentabilidade e de recuperação de áreas degradadas.

Após o Almoço, chegou a nosso ENCONTRO, Célio Turino, Secretário de Projetos e Programas Especiais do Ministério da Cultura,

responsável pelo Cultura Viva, programa que apóia nossa REDE INDIOS ON-LINE, dialogando com ele foram apontados vários conceitos chaves para o tecer de nossa REDE: Protagonismo, Emponderamento Social, Gestão Compartilhada e Transformadora, Emancipação, Estado Ampliado… Quando perguntado sobre a continuidade do Projeto, Célio Turino respondeu que ele já está garantido e com possibilidade de ampliação. Alem de dialogarmos sobre o Cultura Viva, também conversamos sobre: Biblioteca Viva, Prêmio Ângelo kretá e Cinema Digital.

Delania apresentou o Instituto Telemar (www.institutotelemar.org.br) e o programa Novos Brasis do qual nosso ARCO-DIGITAL faz parte (www.institutotelemar.org.br/extranet).

Compartilhou conosco varias experiências onde o uso correto das tecnologias possibilitou melhoras para comunidades. Nos falou do resgate cultural e lingüístico que várias etnias indígenas do norte amazônico de nosso país fizeram valendo-se da Internet, da escola do futuro, das 500 escolas que Telemar apóia e da possibilidade de virmos a instalar PSTs nas aldeias. Foi combinado também que os índios irão levantar suas necessidades de telefonia pública para encaminhar uma solicitação.

Então voltamos praticar a dinâmica 1 para depois juntos compartilhar:

O mais gostoso que vivemos com ÍNDIOS ON-LINE foi:
1. Contar a história dos nossos povos;
2. Estar sempre conversando nossos problemas;
3. Aumentou nossa auto-estima, nosso orgulho;
4. Aproximou todos os povos;
5. Oficinas;
6. A chegada do computador primeiro computador na aldeia;
7. Adquirir conhecimento com outros povos;
8. Conhecer novas tecnologias;
9. Novas informações;
10. A família que se formou com o projeto;
11. Conhecer o projeto;
12. Aprender;
13. Trocar, especialmente conhecer os rituais dos outros;
14. Encontrar outros parentes na mesma luta.

O que nós mais gostamos de fazer é:
1. Troca de conhecimentos culturais;
2. Falar do nossos povos (suas necessidades e avanços);
3. Reivindicar nossos direitos;
4. Buscar nossa liberdade, nossa independência e nossa autonomia;
5. Incentivar os parentes a participar da luta;
6. Debate;
7. Lutar pelos nossos direitos;
8. Estudar sobre educação indígena;
9. Pesquisar;
10. Ajudar a luta dos parentes;
11. Divulgar internacionalmente as noticias e história dos nossos povos;
12. Fazer com que minha comunidade compreenda o projeto;
13. Divulgação do projeto dentro da aldeia.

O mais importante que INDIOS ON-LINE possibilitou a nossas comunidades foi:
1. Inclusão digital;
2. Facilitou a conquista dos nossos direitos (já que temos mais conhecimento);
3. Exercer a cidadania;
4. Facilidade de informação;
5. Conscientizar os parentes do arco digital;
6. Harmonia na interação;
7. Inclusão de novos guerreiros para a luta;
8. Pesquisar;
9. Conhecer outros parentes;
10. CPFs, atestados;
11. Conhecer o mundo;
12. Fazermos economia porque não mais precisamos sair da aldeia e pagar para outros resolverem nossos problemas;
13. Sermos mais reconhecidos;
14. Termos uma advogada on line;
15. Somar força na luta ( inclusive trazendo pessoas de fora).

Pra os índios brasileiros em geral INDIOS ON-LINE trouxe os siguentes benefícios:
1. Trocas / intercâmbios;
2. Afeto intertribal (família On-Line);
3. União étnica;
4. Fortaleceu a luta e articulação indígena;
5. Divulgação da real história dos povos indígenas;
6. Autonomia para a busca dos direitos;
7. Demonstramos a nossa capacidade de apropriarmos da tecnologia;
8. Segurança e defesa.

Para enriquecer o Arco digital a Universidade Federal da Bahia (UFBA) esta começando a construir sua parceria com a REDE através do Arco digital, para isso o professor Menandro Ramos se fez presente: “Não temos nada para ensinar e temos muito para trocarmos. A tecnologia pode ser instrumento de emancipação em beneficio da Humanidade.” Nos convidou para ver “Povos Resistentes” no www.youtube.com.

Fechando nossos trabalhos todos fomos convidados a sonhar com futuro da REDE INDIOS ON-LINE. Então jantamos e fomos até a praia para dançar e cantar.

Na terça feira 26 de setembro acordamos compartilhando nossos sonhos para com nossa REDE INDIOS ON-LINE, nossos desejos (2ª Dinâmica):
1. Que a Família Índios On-Line cresça por todo Brasil;
2. Crescer em conhecimento e informações e em benefício para as nossas comunidades;
3. Cada vez mais união, amor, concordância e amadurecimento;
4. Estar sempre conversando nossos problemas para não acumular;
5. Sermos auto-geridos;
6. Fazermos mais debates pedagógicos para orientar os parentes;
7. Melhorar nossas estruturas (equipamentos e espaço);
8. Que o projeto não seja só para buscar benefícios particulares;
9. Que os índios demos mais atenção e mais compromisso;
10. Sermos reconhecimento mundialmente (viajar virtual e fisicamente);
11. Crescer também em quanto “Museu, arquivo e biblioteca virtual (disponibilizar as informações sobre nossas aldeias, informes de identificação de terras, livros publicados, teses de universidades, artigos,carta magna…);
12. Mais divulgação interna (fazer circular mais informação dentro de nossas comunidades, através de rádios comunitárias, jornais);
13. Fazermos um livro sobre Índios On-Line;
14. Fiscalizar tudo o que publicado sobre nós;
15. Seremos mais respeitados e mais valorizados;
16. Disponibilizar mais informações de nós mesmos;
17. Trabalhar melhor nossos Direitos e Deveres;
18. Elaborar nossos próprios projetos (saúde, educação, desenvolvimento…);
19. Fiscalizar via Internet nossa REDE e tudo o que há em relação a nossas comunidades;
20. Nos apoiar on line. “Pensar on Line”. Nos conscientizarmos mais;
21. Mais intercâmbios presenciais;
22. Ajudar nas demarcações dos nossos territórios;
23. Denunciar sem medo;
24. Nos orientar mutuamente;
25. Termos mais consciência política;
26. Cuidar do Estatuto da rede;
27. Cada ponto ter sua associação;
28. Vender artesanato e outros produtos;
29. Fazermos projetos interetnicos;
30. Conseguir a colaboração para nossa REDE dos índios formados em cursos e universidades.

Nossa terceira dinâmica foi feita em três grupos de cinco índios, planejando as ações necessárias para tornarmos nossos sonhos em realidade.

Equipe Verde: Xandão Pankararu, Nhenety Kariri Xocó, Yaranawi Pataxó Hãhãhãe, Mayra Xucuru Kariri, Curupaty Tupinambá propuseram:

Formar equipes nas bases, sendo que cada membro tenha o seu compromisso específico, de desenvolvimento sustentável, articulação comunitária e territorial, histórico, arte cultural, digital, política, meio ambiente e saúde indígena. Sendo nas seguintes funções:

 1 coordenador geral
 2 monitor digital
 1 monitor ambiental
 1 monitor territorial
 1 monitor de saúde indígena
 1 monitor de projetos e captação de recursos
 1 monitor de políticas indigenistas
 1 monitor pedagógico
 1 monitor de arte, cultura e história indígena.

Equipe Amarelo: Aira Kariri-Xocó, Bal Tumbalala, Marcelo Kiriri, Thyrry Pataxó Hahahae, Swyane Xucuru-Kariri propôs trabalharmos mais em:
 Capacitação dos jovens on line; ter um professor on line dentro da comunidade para ensinar mais dentro da comunidade.;
 Formar as organizações internas, em cada ponto da base, para depois a articulação da REDE;
 Cada nação buscar a sustentabilidade de seu Ponto e colaborar na sustentabilidade da REDE;
 Formação de novos jovens on line;
 Integração do projeto na comunidade (promovendo eventos que chame atenção da comunidade buscando a participação da mesma;
 Ênfases no compromisso de cada participante e na transparência de todos os trabalhos. Palavra chave: Honestidade.
Equipe Laranja: Jaborandy Tupinambá, Jailton Pankararu, Yonana Pataxo-hahahae, Yema Kiriri, Edinilson Tumbalalá:
 Divisão de tarefas;
 Divulgar o regimento interno de cada ponto;
 Procurar parcerias com “muito cuidado” para sustentabilidade de cada ponto e da REDE;
 Transparência com as comunidades, demostrar os projetos;
 Criação de projeto em cada ponto.

Após isso a atual coordenação da REDE (Ivana, Juliani, Luis e Sebastian) apresentou a “Flor” como estrutura de micro funcionamento para cada ponto e principalmente como organograma de sinergismos para a REDE.
Proposta de Gestão para a REDE INDIOS ON-LINE

Setembro a dezembro 2006, fase de TRANSICAO:

Da coordenação da THYDEWAS para a AUTOGESTÃO.

As FUNCOES da REDE, as pétalas da Flor:

O SISTEMA ( Flor) esta composto por diferentes atores que interagem co-responsavelmente para o bom funcionamento do projeto:

1. Monitoramento e Avaliação: A responsabilidade desta área é avaliar constantemente o andamento da REDE. Investigar de forma apreciativa as melhores praticas na REDE e sistematizar as demandas para encaminhamento de proposta. Responder questionários de avaliação e de pesquisa.

2. Contato com Parceiros: A responsabilidade desta área é cuidar dos parceiros e buscar novos parceiros para o enriquecimento de da REDE INDIOS ON LINE. Faz e avalia as propostas de parceria. E a responsável de mandar os Relatórios de atividades e os financeiros. Contato com MinC, GESAC, Agencias, ONGS, Secretarias, Prefeituras, Universidades, Bancos, Associações.

3. Administração: E responsabilidade desta área administrar os recursos vindos para a REDE, manter planilhas contáveis de todos os movimentos e seus comprovantes fiscais e através de um contador preparar os relatórios para a própria REDE e seus parceiros.

4. Comunicação Interna: A responsabilidade desta área é fazer circular a informação de tudo em relação a REDE para todos seus membros. Através de Chat, listas , e-mails, comunicados internos, cartas, partilha de propostas, documentos, mantemos participantes da REDE informados. Organiza as eleições da REDE.

5. Comunicação Externa: A responsabilidade desta área é divulgar a REDE, suas ações, campanhas e produtos. Deve trabalhar em estreita sintonia com a setor de CONTATO com potenciais parceiros.

6. Voluntários: A responsabilidade desta área é receber as propostas vindas de voluntários e analisar as mesmas. Quando necessário também deve sair buscar pessoas dispostas a atuar voluntariamente em favor dos objetivos da REDE.

7. Trabalhos escolares: A responsabilidade desta área é buscar a melhor forma de dialogar com todos aqueles que trazerem suas duvidas, questões, solicitações… Professores e alunos de todos os níveis. Busca facilitar o dialogo com os curiosos. Organizar as perguntas mais freqüentes, resposta das questões no máximo em 70 horas. Organizar junto a equipe do Chat visitas escolares à REDE.

8. Chat: A responsabilidade desta área é cuidar do Chat. Um lugar coletivo especialmente útil para: A)Acolher os visitantes, sejam eles índios ou não. B) Promover Debates, Palestras, Entrevistas, Oficinas, Teatro. Sempre cuidando de manter e enaltecer os objetivos da REDE. Pensar em fazer um RODIZIO de PRENSENÇA para termos sempre um índio presente.

9. Informática: A responsabilidade desta área é o desenvolvimento de sistemas e o suporte destes e das necessidades dos Índios on-Line em relação aos conhecimentos técnicos das ferramentas. (criar e-mails, trocar senhas, automatizar respostas, desenvolvimento de ferramentas, manutenção). Plantão Info On-Line.

10. Coordenador Geral : Permeia e costura todas as áreas, buscando o sinergismo e mantendo o foco.

A últimas quatro áreas cuidam juntas para que todas as atividades desenvolvidas no projeto INDIOS ON LINE tenham o objetivo de construir a visão critica. Para que tudo seja crescimento, enriquecimento, libertação. As três promovem ações e campanhas visando melhorias para as comunidades indígenas.

11. Cidadania: A responsabilidade desta área é promover a consciência de nossos direitos como cidadãos brasileiros e indígenas. Promovendo cursos, fóruns , palestras (Direitos, Terra, Saúde, Paz, não descriminação). Visa uma melhor relação com o mundo global.

12. Cultura: A responsabilidade desta área é incentivar a os índios a pesquisar suas próprias culturas, fortalecê-las, valorizá-las e projetá-las. O dialogo intercultural (seja entre diferentes nações indígenas ou não indígenas) é uma forma de crescimento pessoal e social. Visa a projeção consciente das tradições.

13. Educação: A responsabilidade desta área e incentivar os índios a crescer, a evoluir, e isso é através da educação, seja ela no cotidiano, na roça, na família o nas escolas ou cursos. Visa a projeção dos valores indígenas.

14. Desenvolvimento: A responsabilidade desta área é planejar o desenvolvimento das comunidades participantes da REDE, para isso se integra com as três áreas anteriores, sintetizando- as e integrando-as com a sustentabilidade e a dimensão econômica.

Ate dezembro de 2006.
-Ivana Cardoso de Jesus fica responsável de facilitar os processos referentes às áreas de:
Cidadania, Informática e Comunicação Interna.
-Laura Juliani fica responsável de facilitar os processos referentes as áreas de: Educação, Chat e Trabalhos Escolares.
-Sebastian Gerlic fica responsável de facilitar os processos referentes as áreas de: Cultura, Desenvolvimento, Contatos, Comunicação Externa, Voluntários e Coordenação Geral.
-A Área de avaliação fica na responsabilidade compartilhada dos três.
-A administração Márcia Cardim e Xisto (contador).

A proposta foi bem aceita pelos jovens, destacando a necessidade de assumir com compromisso e seriedade suas funções, enquanto os mais adultos, percebendo a complexidade do sistema ressaltaram a importância do compromisso e do trabalho maduro que desafia a REDE. Passaríamos para discussão da Proposta do Estatuto da Rede, quando Bal Tumbalalá sinalizou às 18 horas como o horário adequado para finalizar as atividades, assim fomos então jantar e deixamos liberdade para quem quisesse assistir um filme.

À noite foi apresentado o Filme “Irmãos no Mundo”, produzido pela Thydewas em 2004, em parceria com as Comunidades Indígenas, o Ministério da Cultura, a Fundação Padre Anchieta e a TV Educadora da Bahia, filme ganhador do Primeiro Prêmio Doc Tv. “Irmãos no Mundo” trata da realidade do Povo Tupinambá que vive no Litoral Sul da Bahia e os Tumbalalá no Sertão às margens do São Francisco. Após assistir o filme houve um momento para debate sobre a realidade dos povos indígenas do Nordeste.

Quarta feira 27 de setembro


Abrimos nossos trabalhos com a chegada de uma Repórter que fez em forma conjunta um a entrevista sobre o programa ARCO DIGITAL e sobre a REDE. Antes de a Repórter sair, invertemos os papéis e os índios a entrevistaram sobre a ética no jornalismo atual.

Retomamos as dinâmicas. Os índios presentes já tinham se identificado nas áreas (pétalas) doe interesse de cada um então, a atual coordenação sugeriu, através do conhecimento dos diferentes perfis dos participantes alguns nomes para algumas pétalas. Bal Tumbalalá precisou a necessidade de levar tudo para a base para uma reavaliação. Foi encaminhado então, continuarmos a redigir o Estatuto da Rede e buscarmos as pessoas responsáveis para cada uma das pétalas e tendo em principio cada um dos mesmos dois assistentes de trabalhos que são também suplentes em caso de precisão. O Estatuto tem data de publicação prometida para dia 15 de outubro. Até essa data, em forma ainda informal e aberta, algumas pessoas estão já começando seus trabalhos. A atual sugestão da THYDEWAS, após as dinâmicas do ENCONTRAO são para:

1) Educação: Maya Pataxó Hãhãhãe
2) Cultura: Atiã Pankararu
3) Desenvolvimento: Nhenety Kariri Xocó
4) Cidadania: Yaranawy
5) Coordenação Geral: Alex Pankararu
6) Monitoramento: Marcelo Kiriri
7) Comunicação Interna: Yonana Pataxó Hãhãhãe e Mayra Xucuru Kariri
8) Comunicação Externa: Jaborandy Tupinambá
9) Trabalhos escolares: Swyane Xucuru Kariri, Yema Kiriri
10) Voluntários: Aira
11) Chat: Curupaty Tupinambá
12) Contato com parceiros: Jailton Pankararu
13) Administração
14) Informática

Em nossa visão,
Cada pétala teria um responsável e dois assistentes. Um mesmo índio pode participar de três áreas diferentes só que numa só delas pode se postular como representante primeiro.

Exemplo: Marcelo Kiriri poderia perfeitamente ser o representante do Monitoramento e assistente de Cidadania e de Voluntários.

O Estatuto provisório, foi discutido pelos presentes no Encontro e sua primeira versão, já foi enviado por e-mail para os pontos. Atualmente estamos avaliando as observações realizadas durante o ENCONTRAO para atualizarmos o Estatuto, porem, essa nossa tarefa não deve atrasar em hipóteses nenhuma o trabalho nas bases.

Neste tempo também é prudente que as pessoas aqui indicadas para serem responsáveis de determinadas pétalas se pronunciem a respeito. Da mesma forma, as pessoas poderiam estar enviando para REDE também seus desejos em quanto assistentes em outras áreas. Obviamente, pessoas, que não participaram presencialmente durante o ENCONTRÃO, tem o igual direito de se postular e de participar. Sejamos democráticos e participativos para que todos conheçam a proposta e se posicionem. Cabe aos representantes vindos de suas nações para o ENCONTRÃO de fazer circular e promover à todos nas bases a sua participação neste momento histórico.

Na tarde de Quarta Feira, Hyata apresentou a Agroindústria familiar (Agro=terra / Industria=Tecnologia). Falou-se de Segurança Alimentar, do PAA (www.conab.gov.br) que paga ate R$ 5.000 para comprar antecipadamente produtos da agroindústria familiar ou tribal. A participação dos índios completou o conceito com os exemplos locais, entendo-se o artesanato também como uma agroindústria. (Bokpiu@yahoo.com.br)

Potyra facilitou a tecida da REDE de direitos, para em forma colaborativa definirmos o conceito de CIDADANIA. Entendemos então a interligação de nossos direitos e o significado de sermos cidadãos do mundo. Assim completou-se o panorama do que vem a ser ARCO DIGITAL, um CURSO LIVRE com três eixos: Cidadania, Desenvolvimento Sustentável, TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) focalizados em forma prática para os índios se fortalecer na escritura de seus próprios projetos.

A REDE de direitos também nos mostrou a imagem da REDE INDIOS ON-LINE, onde a responsabilidade de cada um de nós está diretamente ligado aos outros, e como todos somos interdependentes, garantindo o bom funcionamento dela. Juntos percebemos que o ARCO DIGITAL é uma REDE que nós ensinará a pescar. Para finalizar Thyrry junto a Menandro colocaram a possibilidade de estarmos pensando em realizar também um trabalho audiovisual protagonizado pelos índios. Ainda em REDE, nosso BASTÃO DA FALA “microfonou” a fala de cada um dos presentes avaliando o ENCONTRÃO.

Procedeu-se a entrega dos CERTIFICADOS, a dança e canto para o fechamento dos trabalhos. Amotara Tupinambá foi homenageada por todos nós com o puxar de Atiã Pankararu.

THYDEWAS.